Como já mostrei em post anterior, estou a ler o livro "O Medo do Insucesso Nacional" de Álvaro Santos Pereira.
O Capítulo 8 intitula-se "As verdadeiras causas da nossa desgraça".
Ele considera e insiste que o défice orçamental não é uma delas.
O autor apresenta as razões para o nosso atraso de desenvolvimento relativamente à média europeia, numa perspectiva positiva, com intenção de as identificar de forma a podermos combatê-las rapidamente.
Tive vontade de as transcrever para aqui, até para as registar para mim:
O capítulo seguinte chama-se "O medo de falhar". Interessante, este livro!
O post anterior, sobre religião e ciência, fez-me recordar a Polónia. Estive lá em Abril de 2005, visitando Varsóvia, Lublin, Cracóvia e Oświęcim. Oświęcim é nome polaco e original de Auschwitz. Eu não sabia mas os polacos não gostam muito que se use o nome alemão.
O que me impressionou muito, muito na Polónia foi a extrema religiosidade daquele povo. Eles não entendem o conceito de católico não-praticante tão usado em Portugal. Vão à missa todos os dias, se for possível, e cumprem todos os preceitos da religião.
Há imensas igrejas, sempre cheias. E com muitos jovens. Esta, por exemplo, é uma catedral nova em Cracóvia com lotação para mais de 2000 pessoas.
Estive lá na semana em que morreu o Papa João Paulo II. As manifestações de pesar eram deveras impressionantes.
Acabei de ver um documentário sobre o Paquistão. Os talibans estão de regresso e já controlam grande parte de toda a zona ocidental do Paquistão. No Afeganistão deverá estar a acontecer mesma coisa. Espalham o terror de cara tapada, executam gente, destroem escolas e perseguem as mulheres. Objectivo: conquistar o mundo para a sua religião.
Há dias o Papa foi a África e mais uma vez se declarou contra o uso do preservativo.
São apenas dois exemplos da longa história das religiões na sua acção contra a razão e o bom senso.
Richard Dawkins, em "A Desilusão de Deus", mostra-nos que é impossível aceitar a Ciência como interpretação do mundo e ao mesmo tempo ser religioso.
Porque se a religião nos pede para aceitar as suas explicações do mundo sem reflectirmos, por uma questão de fé, a ciência é precisamente o oposto, é construir o nosso conhecimento através da dúvida, da experimentação e do espírito critico. A religião não permite o espírito crítico. Temos de aceitar como verdadeiros os seus dogmas, sem nenhuma hipótese de refutação prática.
A religião baseia-se na existência de Deus para explicar tudo o que existe, existiu e existirá. Porque Deus criou o Universo.
Perante isto a dúvida instala-se em qualquer espírito: se Deus criou o Universo então quem criou Deus? Outro Deus anterior, mais omnipotente? Ou seja, Deus não resolve nenhuma das nossas dúvidas existênciais porque cria outras indefinidamente.
Sugiro que conheçam o Movimento Bright.
Há uns dias festejei o meu aniversário e fotografei os meus presentes.
Hoje olhei com atenção para a fotografia.
O que me veio à ideia?
Se estes fossem os presentes oferecidos há 100 anos a um tipo qualquer no seu quadragésimo aniversário pouca coisa mudava.
Talvez apenas o colorido das capas dos livros e das embalagens e o kit de fazer crepes.
O mundo não muda assim tanto!
Imaginam 700 miúdos e graúdos dos 7 ao 20 anos a assistir a Teatro durante cerca de 3 horas?
Acontece nos Encontros de Teatro que a minha escola organiza para 16 escolas no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria.
É uma festa espectacular onde os alunos apresentam o seu (muito bom) trabalho e desfrutam do trabalho dos colegas de outras escolas.
Amanhã é a 4ª edição e as outras têm corrido tão bem que as escolas disputam lugares na plateia.
Ser professor tem destas coisas muito boas!
A ilustração do cartaz é do meu colega e amigo Simão Vieira.
Este blogue esteve ontem em destaque no Sapo pela terceira vez.
Estes destaques deixam-me sempre uma sensação de injustiça porque, na verdade, não costumo exprimir ideias controversas nos meus posts.
Mas à terceira é de vez e a partir de hoje vou escrever de facto tudo que me vai no pensamento, seja ou não "politicamente correcto".
Vou manter as únicas três regras deste blogue que vou enunciar pela primeira vez:
Vou começar pelo futebol.
Sou benfiquista.
Porquê?
Por uma razão tão prosaica como a da maior parte das pessoas.
Aos cinco anos regressei a Portugal, vindo de Moçambique, e os meus colegas da escola primária perguntavam-me qual era o meu clube. Eu mal sabia o que era futebol.
Já com o sentido prático de estar nesta vida que procuro manter, abri o jornal "A Bola", que alguém comprava lá em casa, e verifiquei que na classificação do Campeonato Nacional o primeiro lugar era ocupado pelo Benfica.
Hoje jogou-se a final da Taça da Liga. O Benfica ganhou. Os sportinguistas estão indignados porque o Benfica marcou golo com um penalti que não existiu.
Agora vou colocar a imagem deste post. Foi tirada do blogue Reflexão Portista (nem de propósito). A seguir há mais texto!
Desde que os clubes se começaram a transformar em SAD`s que afirmo que ser adepto de um clube de futebol faz tanto sentido como ser adepto da Coca-Cola, da Sony ou do leite Gresso. E só estou a falar de marcas que gosto.
O futebol é uma indústria como outra qualquer: precisa de consumidores. O ridículo é que espera que as pessoas tenham emoções enquanto consumidoras.
A Taça da Liga é patrocinada (leia-se paga) pela Carlsberg. O ano passado a final foi entre o Sporting e o Vitória de Setúbal. E eu pensei e disse no meu círculo de amigos: esta competição é nova, é paga por uma marca logo tem de chegar ao maior número de pessoas. No próximo ano tem de ter o Benfica na final.
Mais do que estar na final, o Benfica ganhou com um penalti inventado pelo árbitro. Não conheço os termos em que ele foi nomeado nem quero por em causa o seu bom nome.
O que me chateia mesmo, como pessoa e como benfiquista, é que isto tudo está demasiado de acordo com o que eu tinha previsto.
Post escrito a "correr" enquanto espero que termine o treino de natação da filhota.
Têm sido dias contados ao minuto. São dias bons, estes em que nos podemos dar ao luxo de sentir falta de tempo para fazer (ainda) mais coisas.
Obrigado ao Sapo pelo destaque. E obrigado por visitarem a "vida tranquila".
Vou celebrar com uma foto que não tem nada a ver com isto mas que gosto muito.
É o Peleş Castle, na Roménia. Estive lá em 2005
Tenho a responsabilidade de coligir e enviar, para todas as escolas que pertencem ao grupo empresarial em que trabalho, toda a legislação educativa que vai sendo publicada.
Por isso não resisti a "roubar" este post do professor Carlos Fiolhais no blog De Rerum Natura.
O "Público" de domingo publicou, com a assinatura de José António Cerejo, uma desenvolvida notícia sobre o trabalho de levantamento e análise de diplomas legais de educação que o Ministério da Educação encomendou a João Pedroso e que este, pelos vistos, não realizou na íntegra (quase se limitou a fotocopiar o "Diário da República"), sendo obrigado a devolver parte do muito dinheiro recebido.
Esse esbanjar de dinheiros públicos decerto que me impressionou. Porém, o que mais me impressionou foi o tamanho da verborreia legislativa. Li:
"Particularmente volumoso, este índice [de diplomas legais sobre educação], em Excel, ultrapassa as 450 páginas, sendo que mais de dois terços se referem ao período já coberto pelo índice 1986-2007. No período 1820-1900 são listados 29 diplomas, enquanto entre 1900 e 1974 são enumerados perto de 500 e de 1974 a 1986 aparecem cerca de 900."
Tal deve querer dizer que no período 1986-2007 se publicaram cerca de 2860 diplomas legais sobre matérias educativas, cerca de dois terços do total desde 1820 até 2007. Parafraseando Einstein, há só duas coisas no Universo em expansão acelerada: o próprio Universo e a produção legislativa do Ministério da Educação. Mas quanto à primeira não há a certeza!
«Contempla-se o mar. À força de o vermos gastamo-nos nele, usamos por inteiro as suas quatro lembranças. Desconhece-se que delírio de ignorância nos vai arrebatar.»
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