Um destes invernos visitei um lagar de azeite no Alentejo. A proposta era conhecer como se faz azeite e comer uma tiborna.
A azeitona entra.
É espremida.
Suponho que pelo meio fica sem caroço.
A pasta é colocada em esteiras circulares.
É espremida.
O azeite escorre.
Aperta-se, aperta-se.
O azeita passa depois por água quente para sair tudo o que não é gordura. Acho eu que é para isso.
Escorre por cima (o azeite é menos denso que a água) e está pronto.
E AGORA A TIBORNA
Torra-se o pão na fornalha que aquece a água.
Mergulha-se no azeite acabado de fazer.
Torra-se novamente cheio de azeite.
Polvilha-se com açúcar e rega-se com sumo de laranja.
E come-se. Bom apetite.
Eu não sou nada esquisito a comer.
Quando me ofereceram Mămăligă (mais conhecida por Polenta) para comer na Transilvânia, há uns anos, percebi que realmente há coisas que uns comem e outros não conseguem.
A parte amarela é farinha de milho sob a forma de umas papas duras. Depois leva um queijo de cabra da zona com um cheiro nauseabundo. Para rematar, natas azedas.
É mesmo horrível para o nosso paladar.
É (era) um dos pratos nacionais da Roménia. Os jovens já não lhe tocam.
Este almoço foi na Transilvânia, aqui:
«Contempla-se o mar. À força de o vermos gastamo-nos nele, usamos por inteiro as suas quatro lembranças. Desconhece-se que delírio de ignorância nos vai arrebatar.»
. Tiborna em lagar de azeit...
. Mămăligă
. CLDPC