Foto retirada do sítio Ascend Evaluation.
Este assunto é difícil e sei que já há pouca paciência para ele.
As razões deste cansaço estão muito bem descritas noartigo da Fernanda Câncio no DN.
Mas queria deixar algumas ideias minhas:
A sociedade portuguesa quer que os professores sejam avaliados. Se não for agora, um próximo governo terá que o fazer. Em breve.
A Ministra da Educação acabou por recuar tanto que pouco resta do seu modelo de avaliação. Ao afirmar que está disponível para o abandonar no próximo ano, está a enviar a mensagem aos professores que o modelo que for aplicado será apenas aquele que for aceite por eles.
O modelo, tal como foi inicialmente apresentado, era de facto demasiado burocrático. Mas parece-me que era assim porque o Ministério, temendo logo a contestação dos professores, tentou que todos participassem na avaliação e que houvesse muitos mecanismos de contraditório com reuniões, entrevistas, etc.
Os professores tinham aqui uma possibilidade de melhorar o seu reconhecimento social e recusaram-na.
Os professores não conseguiram, durante todo este processo, apresentar uma alternativa de avaliação que a população entendesse como válido.
Mas dizem que querem uma avaliação entre pares e formativa. Pode ser mas este tipo de avaliação só é eficaz se houver quotas. Sem elas voltamos ao sistema anterior em que o processo de avaliação era meramente administrativo.
A avaliação tem de ter carácter formativo mas também tem de ter consequências na carreira. Senão não é levada a sério. E tem de haver diferenciação. Os melhores professores têm ser reconhecidos e melhor pagos que os outros.
Aquilo com que os professores estão mais em desacordo é a criação da figura de professor titular. O seu verdadeiro protesto, aquilo que acabou por unir todos, é contra o novo estatuto da carreira docente.
Este Ministério fez alterações no Estatuto da Carreira Docente, no Estatuto do Aluno, na Gestão Escolar e na Avaliação de Professores.
Porquê?
Todos sabemos que havia situações nas escolas que tinham de mudar.
Os professores mais velhos, que ganhavam mais, tinham menos horas de aulas. Trabalhavam menos.
Os cargos de coordenação pedagógica acabavam em muitos casos por ser rotativos porque assim era combinado entre os professores de determinado departamento ou grupo disciplinar. Então os líderes não eram eleitos pelas suas capacidades. Calhava a todos. Estes cargos eram vistos como uma chatice burocrática e não como lugares com funções de coordenação, planeamento e análise de resultados.
Todos os professores progrediam de igual modo na carreira, independentemente da sua dedicação e da sua competência.
Muitas escolas tinham falta de liderança. Isto traduzia-se na inexistência de uma cultura de escola, de um projecto educativo assumido por toda a comunidade escolar.
Se calhar fui polémico nalgumas opiniões, mas neste assunto quem não é?
Deixo aqui este texto para os meus amigos professores e matemáticos se divertirem.
Não acho que o ensino esteja neste estado mas rirmo-nos de nós próprios é sempre bom.
Faz parte de um comentário ao postBranquear o “Eduquês”no blogueDe Rerum Natura.
Aconselho vivamente a leitura deste blogue a todos os professores.
É sobre o conhecimento e não sobre questões do ensino.
Ora leiam:
Fartinho da Silva disse...
Já agora, uma breve resenha história do "ensino" da matemática (que alguns "cientistas" da educação teimam em tentar convencer o Ministério da Educação no sentido de alterar esta designação para "Educação Matemática"):
1. Ensino da matemática em 1950:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda.
Qual é o lucro?
2. Ensino de matemática em 1970:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é igual a 4/5 do preço de venda ou €80,00.
Qual é o lucro?
3. Ensino de matemática em 1980:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.
Qual é o lucro?
4. Ensino de matemática em 1990:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é €80,00.
Escolha a resposta certa, que indica o lucro:
( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00
5. Ensino de matemática em 2000:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por € 100,00.
O custo de produção desse carro de lenha é € 80,00.
O lucro é de € 20,00.
Está certo?
( )SIM ( ) NÃO
6. Ensino de matemática em 2008:
Um cortador de lenha vende um carro de lenha por €100,00.
O custo de produção é € 80,00.
Se você souber ler coloque um X no € 20,00.
( )€ 20,00 ( )€40,00 ( )€60,00 ( )€80,00 ( )€100,00
O Couto é divertidamente sério ou, ainda melhor, seriamente divertido.
Mas o que eu mais gosto no Couto é o seu perspicaz e inviolável optimismo.
Esta deliciosa caricatura dá uma ideia.
O Simão Vieira fez os traços do rosto e o Hélder Oliveira digitalizou, coloriu e adicionou o resto.
O Couto é professor de Matemática. Os seus alunos costumam ter resultados muito bons.
Hoje faz anos.
Parabéns amigo Nuno.
Este artigo do Diário de Notícias está aqui.
Uma escola dinamarquesa sem salas de aula...
Esta nova forma de tratar as faltas nas escolas não vai durar.
Então o aluno fica doente e mesmo assim tem de fazer uma prova a cada disciplina para essas faltas não terem qualquer efeito?
Vão ser necessárias tantas provas que a escola tem se lhe dedicar exclusivamente.
Não dou seis meses para que o ministério chegue à conclusão que tem de mudar isto.
Tratar as faltas justificadas da mesma forma que as injustificadas é impossível.
É uma negação à possibilidade de se poderem considerar certo tipo de faltas como absolutamente razoáveis e portanto justificadas.
E a tentação do professor de não marcar falta casa ela implique a realização de uma prova sem qualquer proveito para ninguém?
«Contempla-se o mar. À força de o vermos gastamo-nos nele, usamos por inteiro as suas quatro lembranças. Desconhece-se que delírio de ignorância nos vai arrebatar.»
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. CLDPC